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PROGRAMAÇÃO DETALHADA​

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Conferências

Segunda-feira, 10 de setembro de 2018

 

  • 10:30 às 12:00 h  – Conferência 1: "A resistência (possível) do livro e da leitura no século XXI"

Prof. Dr. Jézio Hernani Bomfim Gutierre (UNESP/FEU)

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            O livro resiste? Quais são seus novos caminhos se o mundo da leitura e da edição mudou velozmente nos últimos vinte anos? Autores e editores ocupam posições fragilizadas no contexto de homogeneização de grandes grupos editoriais e de massificação de alguns meios de escrita e leitura? E o que dizer dos leitores? Estão condenados a distribuidores que uniformizam as estantes repletas das grandes livrarias, ameaçando os profissionais independentes, mesmo que resistam? Esta conferência reflete sobre essas e outras indagações, procurando expor como os novos suportes, as novas práticas de leitura e escrita, bem como ações editoriais inovadoras, intervêm em um novo espaço do livro e da leitura, considerando também as modificações nas carreiras dos profissionais do livro, neste século XXI.

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  • 19:00 às 20:30 h – Conferência 2: "Literatura de autoria feminina brasileira contemporânea: escolhas & estratégias de subversão"

Profª. Drª. Lúcia Osana Zolin (UEM)

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         A associação mulher & subalternidade, construída pelo pensamento patriarcal, que dominou a cena sociocultural brasileira por séculos, empurrou a literatura de autoria feminina para o limbo da vozes marginalizadas, até que os feminismos lhe pudessem garantir o direito à expressão. Refletir sobre algumas constantes desse segmento literário na contemporaneidade – arranjos textuais, procedimentos estéticos e estratégias de subversão de valores instituídos – consiste na nossa proposta de discussão nessa ocasião. O ponto de partida são os resultados da pesquisa desenvolvida nos últimos três anos, sob nossa coordenação na Universidade Estadual de Maringá, intitulada “Literatura de autoria feminina contemporânea: escolhas inclusivas?” O viés de argumentação a ser percorrido passa pelo caráter subversivo dessa produção literária, nascido da perspectiva político-cultural das escritoras, e será alicerçado na teoria crítica feminista.

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Terça-Feira, 11 de setembro de 2018

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  • 08:30 às 10:00 h – Conferência 3: "Segmentação social no sistema de Ensino Superior e seu papel na reprodução da estrutura de classes sociais do Brasil contemporâneo"

Prof. Dr. Maurício Érnica (UNICAMP)

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            Baseando-se em resultados de pesquisas publicados, a conferência tem por objetivo discutir a segmentação social e sobre estratificação do sistema de Ensino Superior brasileiro, apresentando suas consequências sobre a reprodução da estrutura de classes no Brasil contemporâneo. As referências que orientarão a conferência são, dentre outras: ALMEIDA; ERNICA (2015a ; 2015b), MONT’ALVÃO (2011 e 2015, RIBEIRO; CENEVIVA; BRITO (2015); RIBEIRO; SCHLEGEL (2015), RINGER (2003), SAMPAIO, LIMONGI; TORRES (2000); SETTON (1999).

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  • 19:00 às 20:30 h – Conferência 4: “As astúcias do narrador”

 Escritor e Prof. Dr. João Anzanello-Carrascoza (ESPM)


            Nesta palestra-depoimento, o/um escritor enfrenta problemas relativos ao ato de narrar. Construindo um tempo próprio para a narrativa e o narrado, diz silêncios. A resistência da linguagem reconstrói a experiência com as reminiscências, as qualidades humanas e literárias, as linguagens do mundo contemporâneo. Sobre sua experiência de criar, sobre a narrativa e o narrado, e sobre a possibilidade humana de resistir, conversará com os estudantes de Letras.

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Quarta-feira, dia 12 de setembro de 2018

 

  • 10:30 às 12:00 h – Conferência 5: "O combate crítico: Antonio Candido militante"

Prof. Dr. Ulisses Infante (UNESP/Ibilce)

 

            Em depoimento a Mário Neme, em 1943, Antonio Candido afirma que a tarefa máxima da mocidade intelectual deve ser “o combate a todas as formas de pensamento reacionário” (CANDIDO, 2002, p. 45). Aos 25 anos de idade já se fixara como proposta de ação política do professor-crítico- pensador uma inflexível determinação de minar as posturas mentais que conferem sustentação teórica e prática ao conservadorismo social e suas práticas discriminatórias e preservadoras de privilégios. O objetivo desta comunicação é percorrer os textos de Antonio Candido dedicados à análise da desigualdade brasileira e deles extrair as formulações críticas que orientaram sua prática militante, incluída aí a crítica literária como forma de amplificação do “direito à literatura”.

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Quinta-Feira, dia 13 de setembro de 2018:

 

  • 10:30 às 12:00 h – Conferência 6: Cultura, história e as transformações da sociedade

Prof. Dr. Daniel Puglia (USP)

 

            As relações entre cultura e história são fundamentais para que os processos de transformação da sociedade sejam compreendidos. Estabelecer conexões entre eventos históricos específicos e alguns fenômenos culturais pode ser um caminho para a investigação de aspectos hegemônicos e emergentes em nosso momento atual. Tentaremos abordar tais conexões utilizando exemplos da história recente dos Estados Unidos e do Brasil.

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  • 19:00 às 20:30 h – Conferência 7:  Evento do lançamento do 17° volume da Revista Mosaico

 

Sexta-feira,  dia 14 de setembro de 2018:

 

  • 10h30 -12:00 h – Conferência 8: "Quadros ideológicos de contestação racial e narrativas midiáticas"

 Prof. Dr. Tiago Vinicius Andre Santos (UEMS)

 

            Algumas vertentes da Teoria Crítica Racial (Critical Race Theory) compreendem o direito como uma instituição que cria algumas realidades ao mesmo tempo que as racionaliza. Uma das possibilidades para a compreensão destas realidades é por meio da identificação dos quadros ideológicos de contestação racial. As narrativas midiáticas e estes quadros possuem uma relação de proximidade, o que nos permite compreender como a mídia conforma a ideologia racial predominante de cada época.

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  • 20:30 às 22:00 h – Conferência 9: "Autoritarismo e ensino universitário no Brasil: aspectos históricos e perspectivas"

Profª. Drª. Flávia Falleiros Nascimento (UNESP/Ibilce)

 

            O ensino universitário propriamente dito tardou demasiadamente a surgir no Brasil. Antes dele, o que houve foi um longo período de magistério público confiado aos jesuítas (1549 a 1759), em que ocorreu a criação de alguns colégios, seminários e Santas Casas. Num momento posterior, que vai da expulsão dos jesuítas (1759) até praticamente o fim da República velha (1930), nada de notável ocorreu. É importante lembrar que até 1808, a educação universitária das elites brasileiras se concentrou na Universidade de Coimbra, onde estudavam os altos funcionários da Coroa e os proprietários de terras, sendo a criação de universidades, no Brasil, proibida por lei. Com a transferência da Corte para o Rio de Janeiro, deu-se a abertura de alguns colégios, cadeiras e academias de ensino superior. Durante todo o século XIX, prevaleceu esse modelo: institutos e/ou faculdades isolados, em geral de natureza profissionalizante e com cursos voltados para o ensino prático (engenharia militar e medicina, sobretudo). Em 1920, os diversos cursos e institutos isolados de ensino superior já existentes no Rio de Janeiro foram reunidos e, desse ajuntamento, nasceu a Universidade do Rio de Janeiro. Os critérios utilizados para a reunião dos cursos foram meramente administrativos. Assim, a universidade brasileira se caracteriza, historicamente, como uma instituição agregada por motivações de ordem administrativa e burocrática, e não integrada em torno de um ideal acadêmico. Sua criação não nasceu de uma concepção de universidade como espaço do espírito crítico e objetivo, do universal e da cultura livre e desinteressada. Nos anos 1960, com as reformas feitas durante a ditadura civil-militar, o traço autoritário decorrente da reunião administrativa de institutos isolados se exacerbou sobretudo devido às reformas para a criação do ensino de pós-graduação. Este foi concebido de acordo com o modelo organizacional (empresarial) estadunidense, tendo sido norteado por duas orientações: uma de cunho autoritário e outra de cunho liberal (no sentido que tem esse adjetivo no campo da economia política). As marcas históricas do autoritarismo na universidade se fazem ainda muito presentes, reforçadas pelo peso da burocracia estatal brasileira e, igualmente, pelas implacáveis exigências do capital, que hoje – mais do que nunca – submete todas as instituições públicas à sua lógica máxima, que é a lucratividade, apresentada sob a máscara da alta produtividade científica.

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