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PROGRAMAÇÃO DETALHADA

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Minicursos

Grupo 1

Segunda e terça (10/09 e 11/09), das 16h30 às 18h

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  • Minicurso 1:

LENGUAJE Y RELIGIOSIDAD: UN PASEO POR LAS TRADICIONES RELIGIOSAS Y EXPRESIONES IDIOMÁTICAS ESPAÑOLAS

Sandra Denise GASPARINI-BASTOS (UNESP – São José do Rio Preto)

Felipe Raimundo de CARVALHO (UNESP – São José do Rio Preto)

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España es un país de fuerte tradición católica, puesto que el catolicismo fue la religión oficial del país hasta 1978, cuando la actual Constitución garantizó el derecho fundamental a la libertad religiosa y de culto, lo cual fue confirmado por la Ley Orgánica de 5 de julio de 1980. Un 70% de la población española se declara católica y a pesar del número cada vez más creciente de no practicantes y no creyentes, la religión católica se hace presente en la vida cotidiana del país, reflejada tanto en los aspectos socioculturales (nombres, arte, fiestas) como en la lengua, sobre todo en la lengua hablada. El actual alejamiento de la fe no impide que la tradición cristiana se mantenga en las fiestas patronales, celebradas en la mayoría de las ciudades, y en las celebraciones de Semana Santa, que atraen a Miles de turistas todos los años. Asimismo, sobreviven en la lengua gran cantidad de expresiones idiomáticas de carácter religioso, frecuentes en el habla coloquial. Este cursillo tiene dos objetivos principales: i) presentar, por medio de vídeos e imágenes, un seleccionado de celebraciones religiosas que ocurren em distintas provincias de España y comentar los principales elementos que caracterizan dichas manifestaciones populares; ii) presentar y analizar el significado de algunas expresiones idiomáticas españolas relacionadas con la religión, buscando aclarar los contextos en que suelen emplearse y también agruparlas en distintas categorías, según el tema (la virgen, los ángeles, los santos, Dios y el diablo). Esperamos, con eso, contribuir para un acercamiento de las relaciones culturales y lingüísticas por medio de aspectos que reflejan la visión del mundo propia de una cultura.

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Obs: o minicurso será ministrado em língua espanhola

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  • Minicurso 2: (ESGOTADO)

PODER, VERDADE E SUBJETIVIDADE EM MICHEL FOUCAULT

Anísio Batista PEREIRA (UFU/FAPEMIG)

 

A Análise de Discurso de vertente francesa apresenta sua origem como disciplina na década de 1960, na França, e chega ao Brasil após a ditadura militar, a partir de 1980. Os estudos de Michel Foucault, pertencentes a essa corrente discursiva, é classificada em três fases: arqueológica, genealogia e técnicas de si, que se traduzem no funcionamento discursivo, relações de poder e constituição do sujeito. Esses pressupostos do referente filósofo são tomados como uma das bases teórico- metodológicas para os estudos do discurso, estes vinculados ao campo da Linguística. Pensando nessas problemáticas, esta proposta de minicurso apresenta por objetivo refletir sobre os conceitos de poder, verdade e subjetividade que se apresentam nos estudos do referido estudioso, considerando sua relevância para a área de Letras. Essa importância pode ser atribuída ao contexto da contemporaneidade, cujas práticas discursivas e processos de subjetivação se dão a partir dos regimes de verdades e relações de poder, das lutas no contexto social em que ocorrem esses funcionamentos discursivos e pelas condições de possibilidade que se firmam nessa era das novas tecnologias digitais, que ligam sujeitos e linguagem. Para tanto, serão expostos, de maneira explicativa, os conteúdos conceituais formulados pelo teórico supracitado, e os recortes, enunciados atuais pertencentes a vários formatos (vídeos, imagens e áudios) que serão analisados, visando um clareamento desses conceitos e atribuindo uma consonância entre teoria e prática.

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  • Minicurso 3:

LÍNGUA E SOCIEDADE EM TRANSFORMAÇÃO: UMA BREVE HISTÓRIA DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Aline de Azevedo RODRIGUES (UNESP – São José do Rio Preto)

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Considerando que a língua, constantemente passível à modificação, carrega em si a história, a cultura e as visões de mundo de cada sociedade, este minicurso tem como proposta traçar um panorama histórico do sistema de pontuação do português. Certamente, a complexidade do sistema de pontuação contemporâneo do português, atestada pela flutuação e multiplicidade de usos observados na escrita, é um fato de linguagem que pode ser melhor compreendido quando olhamos para a origem da pontuação. Nesse sentido, com base nos trabalhos deMattos e Silva (1993), Rosa (1994), Rocha (1997), Machado Filho (2004), este minicurso tem como proposta central abordar, sob os pontos de vista diacrônico e sincrônico,o desenvolvimento do sistema de pontuação ao longo da história do português. Pretende-se, mais especificamente, traçar um balanço longitudinal considerando as diferentes realizações e funções da pontuação em textos produzidos na Antiguidade Clássica, na Idade Média, na Idade Moderna e nos dias atuais. Busca-se, ainda,mostrar contradições e flutuações nos usos e nas normas, as quais apontam para a constituição complexa do sistema de pontuação contemporâneo. A partir disso, serão abordadas questões sobre a confluência entre os domínios oral e escrito, que é considerada a gênese da história da pontuação. A fim de desenvolver esta proposta, serão feitas exposições teóricas e atividades de análise que contemplam textos de diferentes estados de língua. O principal objetivo deste minicurso é, então,traçar um balanço longitudinal que evidencie a complexidade constitutiva do sistema de pontuação a fim melhor compreender a natureza heterogênea da pontuação contemporânea.

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  • Minicurso 4: (CANCELADO)

PANORAMA DA LITERATURA DO TIMOR-LESTE EM LÍNGUA PORTUGUESA

João Adalberto CAMPATO JR. (Universidade Brasil)

 

A Lei 10.639/03, ao instituir a cultura e a literatura africanas como matéria obrigatória no ensino brasileiro, leva-nos a concluir pela necessidade cada vez mais premente do ensino de outras literaturas e culturas lusófonas nas escolas e universidades do Brasil. Nessa ordem de considerações, propõe-se um minicurso sobre a literatura – no seu modo lírico e narrativo - do Timor-Leste, que seja introdutório, panorâmico e sistemático, mas não simplista. O Timor-Leste está situada no sudeste asiático e foi colonizado, entre outros países, por Portugal. Examina-se, pois, a literatura timorense,veiculada em língua portuguesa, seja em solo timorense, seja na diáspora, destacandolhe os escritores mais representativos e ressaltando-lhe as particularidades identitárias, temáticas, estilísticas, históricas e ideológicas mais relevantes.Para tanto, emprega-se como teoria de base o Pós-Colonialismo, principalmente com vistas a refletir sobre os seguintes aspectos na literatura do Timor: a opressão colonial, a questão identitária, a questão do outro e da alteridade; a realidade da diáspora; o pertencimento cultural; a questão da língua do colonizado; a literatura engajada; o eurocentrismo; os mitos criados sobre o nativo; a descolonização e o neocolonialismo. O curso será desenvolvido em parte por meio de aula expositiva e, sobretudo, por leitura e análise de obras de escritores timorenses, cujos textos serão disponibilizados pelo minisreante no dia da atividade. Entre os escritores examinados, destacam-se os seguintes: Alberto Osório de Castro, Ruy Cinatti, Jorge Lauten, Fernando Sylvan, Francisco Borja da Costa, Xanana Gusmão, Afonso BusaMetan, João Aparício, Luis Cardoso, entre outros. Para apoio sobre a literatura do Timor-Leste, empregaremos como guia o livro Manual de Literaturas de Língua Portuguesa: Portugal, Brasil, África Lusófona e Timor-Leste, de autoria de João Adalberto Campato Jr.

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  • Minicurso 5:

“EU VOU ESCREVER ASSIM, VÍRGULA! EU NÃO VOU E PONTO FINAL.” UMA ANÁLISE REFLEXIVA DOS DIZERES SOBRE PONTUAÇÃO

Geovana SONCIN (UNESP – São José do Rio Preto) 

Tainan Garcia CARVALHO (UNESP – São José do Rio Preto)

 

O emprego de vírgulas em textos escritos tem sido considerado uma problemática, seja no contexto escolar, em que esse sinal de pontuação é frequentemente considerado um lugar de dificuldade para os alunos conforme apontam CÔRREA (2004), SONCIN (2013; 2014) e CARVALHO (2017, no prelo), seja em ambientes de pesquisa, uma vez que são várias e divergentes as perspectivas que abordam o tema no âmbito dos estudos da linguagem, embora, no contexto brasileiro, poucos são os trabalhos que o investigaram. Considerando esse cenário, o objetivo geral deste minicurso é promover um espaço para diálogo e reflexão acerca da complexidade que caracteriza o trabalho com a pontuação, com ênfase ao uso da vírgula. Para tanto, será desenvolvido um percurso de trabalho a partir do qual serão identificadas diferentes perspectivas linguísticas que estão subjacentes à proposta de abordagem da pontuação em diferentes materiais, inclusive didáticos,que circulam por diversas esferas sociais – em meio impresso e em meio digital. O minicurso será organizado em duas partes. Na primeira, serão apresentadas as diferentes perspectivas sobre a pontuação (ANIS, 1983; CHAFE, 1987; CATACH, 1994; CHACON, 1998), as quais serão contextualizadas no âmbito do desenvolvimento dos estudos sobre escrita e, igualmente, problematizadas, a fim de questionar quais concepções de língua, sujeito, escrita e texto elas evocam e suas implicações para o ensino. Na segunda, será desenvolvido o trabalho de análise dos materiais didáticos a fim de identificar como essas perspectivas são neles retratadas. Assim, o minicurso se propõe como uma oportunidade para análise e reflexão sobre concepções de pontuação tanto para os profissionais que atuam (ou atuarão) com o ensino de língua portuguesa, quanto para os interessados no tema pelo viés da pesquisa linguística, a fim de trazer luz às problemáticas identificadas no uso da pontuação, especialmente no caso dos sinais mais complexos, como a vírgula.

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  • Minicurso 6:

A EXTRAÇÃO DE COLOCAÇÕES DE TEXTOS ACADÊMICOS E JORNALÍSTICOS COMO FONTES PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Adriane ORENHA-OTTAIANO (UNESP – São José do Rio Preto)

Giseli Aparecida CECÍLIO (UNESP – São José do Rio Preto)

Emanoel Henrique ALVES (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Pensando na relevância e aplicabilidade da competência lexical de aprendizes de inglês como LE, sua relação com o uso das colocações, combinações recorrentes e convencionais de palavras, para uma comunicação de forma coerente e natural, neste minicurso, objetivamos apresentar alguns exemplos de colocações presentes no corpus constituído por textos acadêmicos do Cambridge Academic English Corpus e em um corpus formado por textos jornalísticos em língua inglesa, retirados de revistas e jornais on-line de grande circulação. Dessa maneira, discutiremos brevemente acerca do aporte teórico-metodológico que fundamenta este trabalho, a saber, a Fraseologia (ORENHA-OTTAIANO, 2015; MARTELLI, 2007; TAGNIN, 2005), na sua interface com os estudos da Linguística de Corpus (TONIGNI-BONELLI, 2001; MCENERY, HARDIE, 2012) e da Abordagem Lexical (LEWIS, 1997, 2000), áreas que fortemente têm contribuído para a melhoria do ensino do léxico voltado para a aprendizagem em LE. Em um segundo momento, por meio do mecanismo de busca Word Sketch, inserido no software Sketch Engine (KILGARRIFF et al., 2014), apresentamos os procedimentos de compilação e extração das colocações dos corpora sob análise. Por fim, em uma etapa mais prática, convidamos os participantes a testarem seus conhecimentos colocacionais pela resolução de atividades didáticas elaboradas com base nos corpora acima mencionados. Com este trabalho, desejamos mostrar como a aprendizagem orientada por dados (JOHNS, 1991; BOULTON, 2016) pode favorecer os aprendizes de uma dada LE, permitindo-lhes o contato direto com padrões linguísticos autênticos, em especial os léxico-gramaticais, oferecendo, assim, alternativas para ampliação de seus repertórios lexicais.

 

Grupo 2

Terça e Quarta (11/09 e 12/09), das 21h às 22h30

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  • Minicurso 7:

OLHOS E OUVIDOS ATENTOS À FRANÇA RESISTENTE E REVOLUCIONÁRIA

Maria Cláudia RODRIGUES ALVES (UNESP – São José do Rio Preto)

Monelise Vilela PANDO (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Da Revolução Francesa aos dias de hoje, lá se vão quase 230 anos. A França hegemônica exportou para o mundo seu slogan e seus valores: um povo que luta pela liberdade, igualdade e fraternidade. Considerando apenas os últimos 150 anos, observamos que a França passou, pelo menos, por 3 guerras e dois “levantes”. Há 147 anos ocorria em Paris a “semana sangrenta” – La Commune (1871), em reação à Guerra Franco-Prussiana (1870). Há 100 anos Paris era liberada, terminava a II Grande Guerra (1918). Há 50 anos os jovens manifestavam no Quartier Latin (1968). E o que faziam os artistas durante esses períodos conturbados da história francesa? Interessa-nos instaurar um espaço de intercâmbio de sensações (apreciação e debate sobre obras literárias, pictóricas e cantos de resistência) ao mapear as atividades da intelectualidade francesa e estrangeira residente na França em tempos de guerra, de revolução, de transformação. O que pensavam, quem frequentavam, como viviam/morriam, o que pintavam, escreviam e cantavam? E o que cantava o povo, como se expressava? Buscaremos verificar de que maneira as artes (o que se tornou historicamente canônico) e as manifestações populares foram o estopim de protestos ou colaboraram para transformações socioculturais durante e após esses acontecimentos, sem omitir suas contradições, preconceitos e xenofobias, afinal é desses contrastes que se formou a sociedade francesa atual na qual convivem tradição e inovação. Evidenciaremos a tradição e a ruptura de cada momento histórico de luta. Cada período, cada evento, será representado pelas artes ditas “eruditas” e pelas populares, para compormos um panorama contrastivo da história da França. Este minicurso, de cultura geral, contempla todas as áreas envolvidas no evento.

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  • Minicurso 8:

INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA GRAMATICALIZAÇÃO

Gustavo da Silva ANDRADE (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Embora o ressurgimento pelos estudos da gramaticalização tenha se firmado, no cenário mundial, somente no início da década de 1980; no Brasil, o tema ressurgirá somente dez anos depois. A gramaticalização, aqui, compreendida como uma das abordagens de mudança linguística no curso do tempo, revela a forma como unidades ou construções de base lexical passam, em certos contextos linguísticos, a servirem a funções gramaticais e, se já gramaticalizada, podem vir a desenvolver funções ainda mais gramaticais. Esse tipo de mudança linguística requer uma concepção dinâmica da gramática das línguas humanas, o que nos faz assumir, neste minicurso, que o sistema linguístico das línguas naturais está em constante renovação, emergindo do uso novos contextos e novas funções para itens antes atribuídos a contextos e com funções menos gramaticais. Não há, portanto, rigor na gramática, a qual de nenhum modo pode ser vista como um produto acabado, mas, sim, como fruto de um constante processo de mudança. Dessa forma, o presente minicurso pretende apresentar aos participantes dois momentos, os quais, assim como o processo de gramaticalização, não são estanques e estarão em constante processo de mudanças e de diálogo. No primeiro, apresentaremos os aspectos teóricos do percurso da gramaticalização (MEILLET, 1912; KURILOWICZ, 1956; GIVÓN, 1971; LANGACKER, 1977; LEHMANN, 1982; HEINE; REH, 1984; TRAUGOTT, 1982; 1988; 1991; BYBEE et al., 1994; HOPPER; TRAUGOTT, 1993; CASTILHO, 2003; HENGEVELD, 2011), desde sua formação teórica até sua revisão como processo e como teoria. O segundo momento, mais prático, colocará em uso esses aspectos para o estudo de casos. Ao final do curso, os participantes terão tido acesso aos principais conceitos teóricos da gramaticalização, além de vislumbrarem formas de análise de dados de fala, identificando os processos teóricos responsáveis pela mudança. Dessa forma, contribuiremos com os estudos linguísticos, especificamente, na área da variação e da mudança linguísticas.

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  • Minicurso 9: (ESGOTADO)

LIVRŒ: ENTRE A LITERATURA E A LIBERDADE

Thiago Henrique de Camargo ABRAHÃO (UNESP – São José do Rio Preto)

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A literatura, por se tratar de um fazer sociocultural historicamente constituído, é capaz de promover reflexões não apenas estéticas, mas, também, éticas. Como resistência e/ou transformação, a grande obra literária o faz porque sublinha questões demasiado humanas (como a liberdade) concomitantemente ao trabalho propriamente formal do texto enquanto construção artística. É o caso de Os irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoiévski, A montanha mágica, de Thomas Mann, O processo, de Franz Kafka, O som e a fúria, de William Faulkner, O estrangeiro, de Albert Camus, e Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, romances que, dentre outros, compõem a base para uma breve exposição teórica sobre a relação dialética entre a liberdade e a literatura. Não obstante, nosso esforço terá como embasamento teórico a crítica cultural de Theodor Adorno, a polifonia segundo Mikhail Bakhtin, o herói problemático para Georg Lukács, o engajamento literário de Jean-Paul Sartre e o historicizar segundo Fredric Jameson. Afora a liberdade da literatura, cotejada em seu contexto histórico, analisaremos, sobretudo, a liberdade na literatura, ou seja, em seu âmbito verbal. Desse modo, para além do necessário ao autor, para que imagine e crie, e ao leitor, para que compreenda e interprete, a liberdade no texto literário será evidenciada a partir do que denominaremos de “índice de liberdade”, ou seja, todo e qualquer aspecto constitutivo de uma obra capaz de emular, para as personagens (e para o leitor), a indeterminação quanto ao futuro. Com isso, discutiremos um dos aspectos mais essenciais não apenas para a concepção e organização da literatura, mas, em vital medida, para a existência humana historicamente constituída: a liberdade, com seus pressupostos e suas implicações.

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  • Minicurso 10:

USING ENGLISH LITERATURES IN THE LANGUAGE CLASSROOM

Neuda Alves do LAGO (UFG - Goiânia)

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Since the banishment of the Grammar Translation method in the field of teaching and learning foreign languages, literature suffered a similar dismissal. In some contexts, it was even vilified as utterly improper for the purposes of teaching language, demonized as archaic or excessively erudite. It would appear, nonetheless, that literature has been under a revival in the language classrooms recently. This positive swing back goes beyond the use of literary texts only as instances of grammatical components to their regard as authentic material, a rich source of stimulus for interaction and genuine communication. Moreover, literatures widely considered as a start point for cultural discussions. Although I advocate that it should not be used only as a means of imparting cultural information, there is no doubt that its bulk provides a rich source of material for intercultural discussions. Therefore, as the basis for this minicourse, I used intercultural studies narrowing to the use of literary works in the language teaching terrain. Furthermore, I used papers regarding literature teaching which treat it as a fundamental tool to yield insights into the human condition. I also made use of theories concerning language teaching, especially some studies that focus on reading. My objective in the minicourse is to offer students and professionals plenty of ideas on how to enrich their language teaching and learning by exploring the richnesses provided by literature. Using distinct material such as slides for the overhead projector, pictures, realia, handouts, flashcards and worksheets, we will exploit a vast range of literary genres and subgenres such as short stories, plays, poems, fairy tales and romances. The activities that will be carried out will cover a diverse array of possibilities for the use of the literary resources to foster language learning.

 

Obs: o minicurso será ministrado em língua inglesa

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  • Minicurso 11: 

BOM PRA CARAMBA: A INTENSIFICAÇÃO NO DIA A DIA

Ana Ligia SCALDELAI (UNESP – São José do Rio Preto)

 

A intensificação é um processo rotineiro na vida de todos nós falantes, uma vez que é a partir dela que tentamos convencer, persuadir, isto é, mudar a informação pragmática do nosso interlocutor acerca daquilo que estamos vivenciando, sentindo, experimentando,e que pode variar entre algo positivo ou até mesmo negativo. Consequentemente, lançamos mão de vários artifícios para intensificar a nossa fala, como:a) intensificadores lexicais “muito; demais; pouco”; b) repetição “linda, linda, linda”; c) silabação “per-fei-to”; d) entoação “MUItoCHAto”; e) prolongamento de sílaba “que horrooor” (SILVA, SOUZA e ANDRADE, 2009); f) construções intensificadoras não prototípicas “lindo de morrer; podre de rico; bom pra caramba” (SCALDELAI, 2017). Fundamentada nos pressupostos teóricos da abordagem cognitivo-funcional (BYBEE, 2010), em que a estrutura da língua reflete de alguma forma, e em diferentes graus, a estrutura da experiência do falante, o conhecimento de mundo do qual ele dispõe, o presente minicurso tem como intuito apresentar, discutir e refletir acerca desses processos de intensificação em nosso cotidiano. Será dado um enfoque maior às construções intensificadoras não prototípicas com o objetivo de compreender o porquê de essas construções estarem emergindo com frequência na língua portuguesa e estarem se tornando bastante produtivas em contextos informais de interação. Para tanto, será considerado o que as diferencia, em termos de funcionalidade e estrutura, dos demais processos de intensificação para que tenham se tornado tão recorrentes no português brasileiro. Os recursos utilizados preveem material impresso e tecnologia multimídia (PowerPoint). As aulas serão expositivas, incluindo análise de textos variados e momentos de discussão que promovam o interesse e o envolvimento dos participantes.

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  • Minicurso 12:

A REPRESENTAÇÃO DO ESCRAVO NORTE-AMERICANO NA LITERATURA E NO CINEMA

Débora Spacini NAKANISHI (UNESP – São José do Rio Preto)

 

O minicurso em questão abordará a forma como o escravo norte-americano é representado na literatura e no cinema estadunidenses. Basearemo-nos, especificamente, em 12 anos de escravidão, primeiro como autobiografia de Solomon Northup, publicada em 1853, e em um segundo momento, como a adaptação cinematográfica homônima de 2013, dirigida por Steve McQueen. Conforme a proposta do evento, podemos observar na história do ex-escravo Northup e, até mesmo, no próprio narrar e renarrar o sistema escravagista, indícios de Preconceito, Rexistência e Transformação. O minicurso será organizado em duas partes, sendo a primeira dedicada às narrativas de escravos e suas especificidades. Utilizaremos trechos de 12 anos de escravidão para ilustrar as questões levantadas. Além disso, pretendemos evidenciar o processo de publicação de obras como essa, quando a escravidão ainda era um sistema vigente. O livro de Northup, por exemplo, percorre um caminho diferentes das demais narrativas de escravos, pois trata-se de uma edição de luxo publicada por uma casa comercial sem vínculos com o círculo abolicionista, e direcionado para leitores a procura de entretenimento. Na segunda parte do minicurso, passaremos para um panorama diacrônico de filmes comerciais sobre a escravidão, a fim de provocar reflexões a respeito da representação dos escravos no cinema. Assim como na primeira parte do minicurso, utilizaremos trechos do filme 12 anos de escravidão como exemplo, além de outros que também serão mencionados. Nosso objetivo é que os participantes do minicurso possam enxergar tais narrativas como agentes de preconceito, rexistência e transformação. Como referência bibliográfica, usaremos Davis e Gates Jr. (1986), Olney (1986), Bauer (2015), Roy (2014), Redmond (2015), entre outros.

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  • Minicurso 13:

FESTIVIDADES E TRADIÇÕES: A MAGIA DA ITÁLIA

Suelen Najara de MELLO (UNESP – São José do Rio Preto)

 

O minicurso "Festividades e Tradições: a magia da Itália" proporciona aos participantes uma viagem por este país através de suas festas e crenças. Através deste viés será possível visitar a cada uma de suas cidades, conhecendo a cultura local e as particularidades que envolvem a preparação das suas comemorações. Os participantes poderão preencher as lacunas que permeiam os amantes da língua italiana, tais como "quais são os feriados mais comemorados e destes quais são celebrados também no Brasil?", ou perguntas como "são realizados festivais que remontam ao período romano ou medieval?"; por fim conhecerão as tradicionais lendas e crenças italianas que ainda hoje são mantidas pela população.

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Grupo 3

Quarta e Quinta (12/09 e 13/09), das 8h30 às 10h

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  • Minicurso 14:

REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NA LITERATURA FEMINISTA, QUEER E TRANS: EXPRESSÕES DE ALTERIDADES

Cláudia Maria Ceneviva NIGRO (UNESP – São José do Rio Preto)

Juliane Camila CHATAGNIER-GARCIA (IFSP – Barretos)

Luiz Henrique Moreira SOARES (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Feminilidade ou masculinidade? Homem ou mulher? Macho ou fêmea? Como, é possível, hoje em dia classificar o ser humano utilizando apenas as identidades de gênero binárias obsoletas, que não representam mais o existente? Consideremos a travestilidade como exemplo. Podendo ser entendida como um processo plural e complexo de (trans)formação e de fabricação de um “corpo de mulher”, as identidades travestis, paradoxalmente, embora se configurem a partir de binarismos hierárquicos (masculino/feminino, homem/mulher, ativa/passiva), por meio de performances de gênero, desestabilizam as dualidades, (re)construindo e (re)inventando o feminino - na possibilidade de construírem a sua própria "natureza", um lugar corporal e discursivamente habitável para si. Como, então, aplicar conceitos estanques a corpos desviantes do, inicialmente, imposto como padrão? Pensando nessa mudança de perspectiva sugerida com o avanço dos Estudos de Gênero, buscamos, com este minicurso, verificar de que maneira as expressões de gênero configuram-se na Literatura. É possível observar que o fazer literário tem se mostrado palco profícuo para a representação de manifestações de gênero diversas. Mulheres, gays, lésbicas, transexuais, travestis, protagonizam histórias lidas por muitos leitores, que procuram na leitura uma forma de reflexão e talvez identificação. Hoje, as histórias múltiplas e irregulares tornam-se mais visíveis. Desta forma, propomos, aqui, uma leitura de obras literárias que permitam analisar uma subversão na forma de narrativas e poesias na qual o homem branco heterossexual deixa de ser protagonista e dá lugar às mulheres, aos homossexuais, aos travestis e os transexuais, fundamentad@s nas propostas de Judith Butler (2015), Larissa Pelúcio (2009) e Letícia Sabsay (2016). Essa “inversão” permite ao público entrar em contato com diferentes expressões de masculinidades e feminilidades, visto que a relação corpo-feminino/mulher ou corpomasculino/homem não é seguida a risca pel@s autor@s e muito menos pel@s personagens. Cert@s de ser a Literatura um dos caminhos para conseguirmos modificar conceitos e abrir espaços para outros modos de pensar, nos comprometemos a oferecer um entrelaçamento obras/críticas no minicurso.

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  • Minicurso 15:

O ALUNO DE LETRAS E A ACADEMIA: A ANÁLISE DE GÊNEROS COMO FERRAMENTA PARA A PROMOÇÃO DO LETRAMENTO ACADÊMICO EM INGLÊS DE PESQUISADORES INICIANTES

Beatriz GIL (UNESP – São José do Rio Preto)

Bruna Gabriela Augusto Marçal VIEIRA (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Uma das práticas mais valorizadas no contexto acadêmico e globalizado é a publicação de artigos acadêmicocientíficos para fins de compartilhamento dos conhecimentos produzidos. Essas publicações alcançam maior prestígio se escritas em língua inglesa, língua franca da academia. Para o aluno brasileiro e iniciante neste contexto, há a desvantagem de precisar fazer todo o percurso de pesquisa e de escrita em uma língua que não a sua materna. Dessa forma, os objetivos do minicurso são aproximar o aluno de graduação das especificidades da escrita acadêmica em língua inglesa,e refletir sobre as características do gênero abstract de artigos de pesquisa, notadamente na área de Letras, pensando nessas práticas para que aluno possa se posicionar tanto como escritor quanto como futuro docente de tais práticas. Para o alcance de tais objetivos, o minicurso será dividido em duas etapas: (i) apresentação de referenciais teóricos sobre as características da escrita acadêmica em língua inglesa e (ii) discussão das dimensões do gênero abstract. No que tange à primeira etapa, apresentaremos as abordagens da Análise de Gênero, na linha sociorretórica, e a abordagem da Nova Retórica, com o conceito e as metáforas de Swales (1990, 2004) para gênero textual; a ideia de comunidade discursiva de Swales (1990, 1992); a noção de expertisee subgêneros de Bhatia (1993, 2004) e a tipificação proposta por Bazerman (2009). Na segunda etapa, enfocaremos as características do gênero abstract,em suas dimensões linguísticas, retóricas e sociais, com base em Swales e Feak (2009) e Gil (2014). A fim de tornar a escrita de abstracts mais palpável para os participantes, partiremos de exemplos reais de abstracts retirados de publicações internacionais da área de Letras e proporemos exercícios práticos de escrita.

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  • Minicurso 16:

POR UMA ESTÉTICA DO GROTESCO: A POESIA DE ADEMIR ASSUNÇÃO

Suzel DOMINI (PUC-SP/CAPES)

 

A poesia de Ademir Assunção se ancora numa consciência crítica que relê criativamente a tradição moderna e, ao mesmo tempo, arquiteta uma linguagem singular, em conformidade com os apelos do contemporâneo. Dentre as características que o poeta recupera da modernidade, notamos uma imagética da obscuridade, sobretudo marcada pelo grotesco. Considerando, especificamente, A voz do ventríloquo (2012), observamos um universo poético figurativamente denso e nonsense, que expõe as mazelas de uma realidade urbana truculenta, e que ironiza as idiossincrasias de uma sociedade embasada na lógica do consumo descomedido e do entretenimento banal. Esse aspecto da literatura de Assunção destaca-se como força motriz de um projeto estético que busca a arquitetura de uma linguagem hermética feita de pedaços, um tecido poético feito da costura de fragmentos descontínuos cuja harmonia está na composição desarmônica. O grotesco promove um desarranjo violento da ordem, invertendo a polaridade das categorias, de maneira que é mobilizado pela arte justamente para desestabilizar, denunciar ou questionar aquilo que é tomado como estável, absoluto, permanente. Ao reafirmá-lo como recurso criativo, Assunção compõe uma verdade estética que coloca em xeque as normas correntes, que diverge de um entendimento passivo do mundo, contrapondo-se à ordem da linguagem habitual e, ainda, do contexto histórico em que se insere. Dito de outra maneira, o poeta mobiliza a categoria do grotesco a partir de um posicionamento crítico não apenas estético, mas também ético e político, uma vez que o recurso em questão acaba por se manifestar como estratégia de articulação da resistência dentro de um contexto que Haroldo de Campos nominou “pós-utópico”. O propósito deste minicurso consiste, então, em demonstrar que, por meio das imagens grotescas, Assunção descortina a falibilidade do real convencionado, pois seus poemas acabam por constituir um universo ficcional que transcende a aparência imediata das coisas, resistindo à ordem sócio histórica dominante.

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  • Minicurso 17: 

O SEXISMO NA LINGUAGEM DOS PARA-CHOQUES: UMA LEITURA POLÍTICA

Plinio Antonio Brito GENTIL (PUC/SP)

Luciana Cristina Furtado FONTES (UNESP – São José do Rio Preto)

 

A partir de uma análise materialista histórica dialética, este trabalho convida alunos e alunas a uma viagem pelas estradas brasileiras por meio de uma leitura politica do sexismo presente nas frases usualmente pintadas em parachoques de caminhões. Frases como “mulher ao volante, perigo constante” revelam a forte influência patriarcal existente na mentalidade dos brasileiros; outras denunciam a coisificação do corpo feminino na sua finalidade de satisfação sexual do homem. É inevitável reconhecer a considerável presença de uma ideologia na base dessa linguagem. Por ideologia entenda-se um recurso utilizado pelas forças dominantes a fim de naturalizar e dissimular a dominação, tornando-a aceitável aos dominados. Pretende-se, portanto, fazer uma leitura política dessa ideologia, preferencialmente com apoio em autores lidos e discutidos no Grupo de Estudos Sociologia/Política de São José do Rio Preto, como: Friedrich Engels, Alexandra Kolontai, Marilena Chauí, Sérgio Lessa e outros. Através de recursos audiovisuais e exposições orais, o trabalho buscará promover um debate com os presentes acerca do tema proposto. E, partindo-se de uma análise política do assunto, que desvende o conteúdo ideológico implícito nessa linguagem, pretende-se contribuir para induzir uma mudança de comportamento, começando por sugerir, como contraponto à prática dominante, a inscrição de frases anti-sexistas nos veículos.

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  • Minicurso 18:

O SIGNO LINGUÍSTICO NAS LIBRAS: NOÇÕES DE ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE

Kassia Mariano SOUZA (UFG – Regional Catalão)

Vanessa Regina Duarte XAVIER (UFG – Regional Catalão)

 

A língua é um conjunto de signos organizados sistematicamente, fruto da memória social e coletiva, construída historicamente sob a forma de possibilidades combinatórias que resultam em um repositório das práticas e suas representações simbólicas. Nesse sentido, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um sistema linguístico organizado e disponível para a comunidade surda brasileira. Sua origem é a Língua de sinais francesa (LSF), que foi trazida ao Brasil em 1856, e a partir de então sofreu as influências culturais brasileiras até tornar-se uma língua de sinais própria do Brasil. Ela tem o seu status linguístico reconhecido graças aos diversos aspectos que caracterizam-na como uma língua. A formação dos sinais é um deles, pois, da mesma maneira em que acontece com as palavras nas línguas orais, é resultado de uma estrutura gramatical que articula-se sistematicamente. Posto isto, objetivamos com este minicurso apresentar questões relacionadas à formação do signo linguístico na Libras focalizando especialmente nas discussões sobre iconicidade e arbitrariedade, embasadas em Saussure (2008), que defende a arbitrariedade na relação entre significado e significante, Peirce (1977), que traz interessantes considerações sobre os elementos icônicos que permeiam o signo linguístico, e Strobel e Fernandes (1998) que também abordam estas questões no que tange à Libras. Buscaremos assim, abordar questões relativas à motivação ou não-motivação do signo linguístico nas Libras, e, para isso, tomaremos alguns exemplos que darão respaldo para tecer as discussões que se enseja e promover o debate através de atividades práticas com o público presente, as quais consistirão na observação de alguns sinais, que, com o embasamento teórico previamente estudado poderão ser julgados icônicos ou arbitrários.

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  • Minicurso 19:

A LITERATURA VAI AO CINEMA

Marília Corrêa Parecis de OLIVEIRA (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Sabemos que as relações entre literatura e cinema não são unilaterais. Isso porque as duas linguagens compartilham estratégias narrativas comuns; algumas que a literatura ofereceu ao cinema e outras que a arte cinematográfica ofereceu à literária. Dessa forma, é possível dizer que o cinema,por muito tempo, buscou sua inspiração em obras literárias, contudo, tempos depois, em meados do século XX, a literatura é que foi buscar na cinematografia elementos linguísticos (técnicas, procedimentos) que produziram mudanças na construção das narrativas ficcionais. No entanto, se muito já se tem dito sobre a literatura como certo modelo narrativo para contar histórias por imagens, parece-nos interessante pensar no caminho inverso: como o cinema, ao constituir-se como detentor de uma linguagem própria, serviu e ainda serve como fonte de inspiração para a literatura, particularmente a experimental. Nesse sentido, quando nos situamos na contemporaneidade, constatamos que tal aproximação já não visa à experimentação estética das vanguardas modernistas, mas, sim, incorpora à produção literária estruturas que têm certo apelo mercadológico, como acontece com a publicação de roteiros cinematográficos como texto literários ou com a publicação de textos literários que mais parecem roteiros cinematográficos. O presente minicurso almeja discutir, portanto, à luz dessas reflexões, duas obras literárias: Amar, verbo intransitivo (1927), de Mario de Andrade, como síntese de uma memória cinematográfica na literatura de vanguarda; e O céu e o fundo do mar (1999), de Fernando Bonassi, com o intuito de investigar quais as razões que, ainda hoje, levam à assimilação de uma gramática do cinema pelos textos literários.

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Grupo 4

Quarta e Quinta (12/09 e 13/09), das 16h30 às 18h

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  • Minicurso 20:

MITOLORGIA: PRÁTICAS SEXUAIS E OS MITOS CLÁSSICOS GRECO-ROMANOS

Gelbart Souza SILVA (UNESP – São José do Rio Preto)

Matheus dos Santos BUENO (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Embora a palavra “orgia” tenha hoje um sentido pejorativo, de cunho licensioso, durante a Antiguidade esteve em sua gênese ligada ao ritual em honra de Dioniso (grego) ou Baco (romano). Portanto, a junção da palavra “mito” com a palavra “orgia”, neologismo com o qual intitulamos a proposta desse minicurso, parece não ser assim tão estranha. Menos inusitada se torna quando da leitura de mitos clássicos greco-romanos, com a qual se observam a presença, a importância e a frequência do tópico “sexo”, em seus mais diferentes ângulos de realização. Propomos, então, para o presente minicurso um passeio pelas histórias dos mitos clássicos tematizado pelo sexo. Para tanto, dividimos o minicurso em duas partes: i) uma introdução teórica-histórica, na qual, apoiados em “A Mitologia Grega” de Pierre Grimal (2005), em “Classical Mithology in Literature, Art, and Music” de Philip Mayerson (2001) e na “Mitologia Grega” de Junito de Souza Brandão (2010), delimitaremos o conceito de mito e a importância e impacto do mito clássico greco-romano para a cultura ocidental; ii) um percurso analítico baseado em leituras de obras literárias, esculturas e pinturas, nas quais observaremos como se representam as mais diversas manifestações sexuais. Traição, raptos, estupros, pederastia, homossexualidade, incesto, virgindade, fertilidade, castidade e outros subtemas conectados a práticas sexuais estão presentes nas obras de cunho mitológico. Com auxílio de recursos audiovisuais e handouts com os excertos dos textos, objetivamos demonstrar como a cultura antiga forneceu por meio dos mitos significações às práticas sexuais, observando como o impacto de uma narrativa perpetua preconceitos mas, por outro lado, também podem dar vazão à resistência. Não por acaso, a transformação, o tópico da metamorfose do corpo, toma lugar central na mitologia.

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  • Minicurso 21:

AS PRODUÇÕES BRASILEIRAS PARA A REVISTA INFANTIL O TICO-TICO: PRECONCEITO OU SENSO COMUM?

Nilce M. PEREIRA (UNESP – São José do Rio Preto)

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Esta é uma proposta de minicurso envolvendo as áreas de literatura infantil e juvenil, estudos da imagem e estudos culturais. Sugere-se uma abordagem da revista infantil O Tico-Tico, com vistas a observar de que maneira, se esse for o caso, as produções empreendidas por artistas brasileiros para esse periódico promoveram visões estereotipadas de representantes culturais nacionais. O Tico-Tico é considerado um marco editorial entre os segmentos para o público jovem, não apenas por sua abrangência temporal, tendo circulado de 1905 a 1962, como por sua contribuição para a formação da literatura infantil e juvenil brasileira. Quer em função da variedade de suas seções (que compreendem de histórias em quadrinhos a literatura estrangeira traduzida), seu comprometimento com a informação e a linguagem ou, por essa razão, sua relevância para a educação, O TicoTico promoveu um intenso diálogo com o público, mantendo-se também fiel a seu projeto editorial. Por sua vez, o envolvimento de escritores, tradutores e artistas nacionais em sua produção, constitui uma importante fonte de observação de como os valores da sociedade da primeira metade do século XX, ou, ainda, os modelos estrangeiros, eram (re)transmitidos, adaptados ou reforçados em suas seções, e daí o principal objetivo desta proposta. Utilizando o apoio teórico de estudiosos como Waldomiro Vergueiro (Panorama das Histórias em Quadrinhos no Brasil, Editora Petrópolis, 2017), Vergueiro e Roberto Elísio dos Santos (O Tico-Tico: Centenário da Primeira Revista em Quadrinhos do Brasil, Opera Graphica, 2005), Moacy Cirne (História e Crítica dos Quadrinhos Brasileiros, Europa/FUNARTE, 1990), entre outros, pretende-se discutir se a criação de personagens como Benjamin, de Luis Gomes Loureiro, Lamparina, de J. Carlos, Reco-Reco, Bolão e Azeitona, de Luis Sá, ou séries como “A História do Brasil em Figuras”, entre outras, está imbuída de preconceito ou torna-se promotora da construção identitária de negros, indígenas e outros grupos minoritários.

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  • Minicurso 22:

“LÁ VEM A FALSIANE!”: PROCESSOS DE (TRANS) FORMAÇÃO E (R)EXISTÊNCIA DE PALAVRAS SOB PERSPECTIVA DA MORFOLOGIA CONSTRUCIONAL

José Roberto PREZOTTO JR. (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Formar palavras é um processo tão natural e frequente que, em nosso dia-a-dia, não nos damos conta da criatividade morfológica que os falantes de uma língua apresentam quando desejam expressar um ponto de vista, nomear novas experiências, se identificar com um grupo social (GONÇALVES, 2016). Em vista disso, este minicurso almeja introduzir e refletir sobre processos de formação de palavras como derivação, composição e cruzamento vocabular, no português do Brasil, à luz da Morfologia Construcional (BOOIJ, 2007; 2010; GONÇALVES, 2016). Essa abordagem compreende as unidades linguísticas como estruturas simbólicas convencionais, não traçando diferença considerável entre palavras derivadas como [fals-iane] e compostas como [maria-gasolina], já que ambas podem ser igualmente analisadas, em suas estruturas formativas, por esquemas construcionais (GONÇALVES; ALMEIDA, 2012). Portanto, formar palavras, além de adaptação às interações verbais, é também transformação da rede linguística para que o falante possa manifestar sua perspectiva em determinado contexto, através do uso de marcas morfológicas, que podem veicular juízos de valor e indicar impressões subjetivas (GONÇALVES, 2016), como: timeco; namorico; corpitcho. Além disso, formar palavras é rexistência, uma vez que determinadas formações podem ser consideradas construções sinalizadoras do perfil social, linguístico e cultural do falante, revelando seu lugar e sua participação em determinado grupo, alguns exemplos são: topzera; bolsomito, malandramente; pocpoc; entre tantos outros. Enfim, pretende-se, ao analisar os esquemas construcionais, suscitar um olhar sensível e reflexivo sobre a natureza adaptativa da língua, discutindo as funções e os sentidos desempenhados pelas novas construções que advém das redes sociais e se tornaram corriqueiras nas situações comunicativas.

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  • Minicurso 23:

BREVE PERCURSO DAS NARRATIVAS DE VIAGEM NA LITERATURA BRASILEIRA

Victor da ROSA (UNESP – São José do Rio Preto)

 

O minicurso pretende realizar um percurso abreviado em torno das narrativas de viagem no Brasil, tendo como ponto de partida o livro de Flora Süssekind, O Brasil não é longe daqui, no qual a autora defende a hipótese de que os primeiros prosadores do nosso romance moderno, de 1830 a 1850, tomam de empréstimo, mas sem elaboração crítica, certos pressupostos dos primeiros narradores de viagem e seus diversos tratados sobre o Brasil. A proposta do minicurso é não apenas reproduzir as hipóteses de Süssekind, mas também ampliar algumas de suas consequências, seja por meio da abordagem de outras narrativas brasileiras, a exemplo de alguns romances modernistas, como Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade, e Macunaíma, de Mário de Andrade; assim como de algumas ocorrências do problema da viagem na literatura dos anos 1960 aos 1980, por meio do romance O púcaro búlgaro, de Campos de Carvalho, e das experiências narrativas de João Gilberto Noll; até chegar na literatura contemporânea, com Verônica Stigger e Marcelo Mirisola. O minicurso pretende mostrar, além do mais, como essas narrativas mais recentes ampliam uma série de perspectivas críticas e narrativas em torno do assunto. Dessa maneira, busca-se apresentar também certos impasses da literatura brasileira no século XX que se apropria dos narradores viajantes, à medida que dialoga às vezes de modo crítico e irônico com a tradição dos relatos de viagem, em outras vezes de modo triunfante e ufanista, e outras ainda de modo trágico, apropriando-se de alguns dos seus pressupostos, como a confiabilidade do narrador e a obsessão pelas classificações, para fazer deles objeto de análise.

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  • Minicurso 24: 

LINGUAGEM E GAMIFICAÇÃO: (TRANS) FORMANDO LICENCIANDOS COM BASE EM PRÁTICAS LETRADAS DIGITAIS

Gabriel Guimarães ALEXANDRE (UNESP – São José do Rio Preto)

Fabiana Cristina KOMESU (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Este minicurso tem como objetivo principal oferecer subsídios teórico-metodológicos e promover a prática de produção de textos entre universitários (professores em formação inicial), no que se refere à apropriação do conceito de gamificação, processo entendido como uso de princípios e design de jogos em contextos ditos “não jogo”, modo de engajamento de sujeitos em tarefas. No conteúdo programático, (i) prevemos promover discussão sobre o potencial educativo dos jogos em contexto de ensino e (ii) apresentar conceitos de gamificação em práticas de letramento. Para isso, tencionamos aplicar, sem orientações específicas, num primeiro momento, proposta gamificada de produção textual, intitulada “Produzindo Árvore de Habilidades”,pensada com base em mecânica e princípios de aprendizagem do jogo digital on-line League of Legends. O enunciado genérico da atividade é o seguinte: Leia artigo selecionado pelo ministrante e crie uma árvore de habilidades, tendo em vista: (1) suas habilidades referentes à leitura e à escrita e (2) criação de desenhos/imagens que se relacionem com os atributos por você identificados. Você tem 30 pontos para distribuir entre as habilidades eleitas. Num segundo momento, ofereceremos reflexão sobre como a execução da atividade poderia ser feita, com base na apropriação de recursos tecnológicos de acesso on-line e gratuito, para que os participantes reescrevam texto produzido. Por fim, aplicaremos questionários, em que o participante avalia, dentre outros fatores, grau de envolvimento com a atividade proposta e tipo de dificuldade encontrado na realização da atividade. Pretendemos refletir sobre o potencial educativo e (trans)formador desse recurso metodológico em ambientes formais de ensino. Os pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam este minicurso advêm dos estudos de letramentos (New Literacy Studies), sobretudo, na relação entre práticas letradas acadêmicas e jogos (GEE, 2007; LANKSHEAR; KNOBEL, 2011).

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  • Minicurso 25:

GRAFIAS DE ALUNOS DO EF-II: COMO INTERPRETAR DADOS QUE SE DISTANCIAM DA CONVENÇÃO ORTOGRÁFICA?

Roberta Pereira FIEL (UNESP – São José do Rio Preto)

Lilian Maria da SILVA (UNESP – São José do Rio Preto)

 

Este minicurso tratará de grafias que se distanciam da convenção ortográfica em relação às fronteiras de palavras escritas, como “puraqui” (“por aqui”) e “com migo” (“comigo”), em textos do Ensino Fundamental II (doravante, EF-II). Segundo os PCNs (1997, p. 80), alunos do EF-II (6º a 9º anos) já devem escrever textos “com domínio da separação em palavras” (PCN, 1997, p. 80). Entretanto, pesquisas, como de Silva (2014, 2018), Tenani (2016) e Fiel (2018), mostram que escreventes desse período do EF continuam a ter dificuldades na delimitação gráfica de determinadas palavras escritas.Por se tratarem de grafias inesperadas nos anos finais do EF, no que concerne à interpretação dessas grafias, em uma perspectiva fonoaudiológica, elas são consideradas problemas de alfabetização, sinalizadoras, muitas vezes, de um distúrbio específico de escrita(ZORZI, 2006). Em uma abordagem construtivista, tais grafias são erros comuns e relevadores do aprendizado da escrita formal (CUNHA, 2004). Diferentemente das perspectivas anteriores, há abordagem defendida em trabalhos como de Capristano (2007a), Chacon (2013) e Tenani (2011), que compreendem os casos de segmentação distantes da ortografia como grafias não convencionais e não como erros ortográficos. Diante das diferenças nas abordagens, neste minicurso, objetivamos explorar como cada perspectiva reflete, por um lado, concepções de língua e de escrita e, por outro lado, formas de conduzir o ensino de ortografia na escola. Para tanto, em um primeiro momento, serão discutidos aspectos teóricos subjacentes às noções de erro ortográfico e de grafia não convencional e, em um segundo momento, serão apresentados textos de alunos do EF II com grafias não convencionais de segmentações de palavras, buscando mostrar as motivações linguísticas subjacentes a essa forma de registro escrito.

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